...oh, pedaço de mim

Posted by Vinicius_Andrade | Posted on 11:00


nesse espaço aqui eu costumo ser descontraído. humorado, tento. às vezes polêmico, às vezes bobo, às vezes político, às vezes artístico e sempre em busca de uma alta inteligência. hoje, e espero que só e somente hoje, para nunca mais, vou tratar de um tema que sei do que estou falando. por muitas vezes cito outras pessoas mais espertas e interessantes que eu, afinal, i'm nothing but a part of something. mas a vida apronta como uma criança danada, como o pica-pau com o leôncio. a vida não para, ela quer seguir, fluir. nós é que resolvemos tentar determiná-la. e por vezes pará-la. ou nem deixar que ela comece.

o tema é recorrente nas bocas dos jovens mais jovens que eu, dos equietários e dos que não são jovens. deve ser tema até no céu, principalmente no inferno. dos do bar pros da boite, dos adeptos de uma pré-night aos promotores de reunião do grupo jovem, evangélicos, burros, espertos, sagazes, manés, etc x 1000; todo mundo tem sua opinião. sempre baseada naquilo que crê ou que estudou ou ainda no que viu acontecer com um próximo. uns nem tão próximos assim; parente do vizinho da amiga da ex-namorada do primo... é sempre nesses moldes. nunca empiricamente. honesto? fico na dúvida se é tanta gente assim que fez mesmo como disse o cabral.

sete da manhã, decisão tomada às seis. clima tenso e intenso. muitos casais, outros não-casais. uma puta. um adúltero. adolescentes. histórias, estórias. todos têm uma para contar, embora contar seja o que menos se deseje no momento. sou homem, não posso dar a exatidão de quem, de fato, sentiu na pele o frio do instrumento. as mulheres, penso, sentem na hora. algumas superam. os homens sentem depois, se é que sentem. quando sentem, ficam assim, com a cabeça ruim, virada de cabeça pra baixo, desnorteados, maduros, diferentes do que eram antes. quer saber o que se deseja? não estar passando por aquilo.

em juno, a japonesinha faz uso de argumentos banais para convencer a ellen page de que, poxa, é um ser com unhas, né? já tem até unhas! ora bolas, japonesa... você não sabe do que tá falando. assim como cada um tem uma história para contar, cada história tem sua própria moral e seu devido desfecho. é impróprio obrigar alguém a tomar uma decisão sem estar ali, na pele, mais propriamente, no ventre... padres, por exemplo... se nunca, né, pããã... como podem chegar para uma mulher, para um casal, para qualquer um e recomendar x,y,z? Conselho é coisa do diabo.

escrevi uma música recentemente cujo refrão diz "viva o quanto quiser, mas nem assim vai dar pra responder. não é seguro, eu asseguro: nem navegar e nem viver". beleza, discorde, vá em frente, ache pueril a frase, seu direito. o que quem ouve não sabe é que a canção, ou pelo menos o seu refrão, remete a isso, a essa pré-fase na qual eu afirmava uma coisa e, quando vivi, fiz outra. em suma, viver não é nem um tiquinho de nada preciso. é uma história contada a uma quantidade de mãos equivalente ao número de pessoas, amores, desamores, nascimentos e desnascimentos que aconteceram na vida.

ou na morte.

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